Economias e Jabuticabas

Um país com mais de 300 anos sob o domínio colonial herda muitas marcas. Creio que no Brasil uma das principais heranças seja o colonialismo intelectual. Todo brasileiro é capaz de levar a sério idéias completamente idiotas ou inapropriadas ao tema, desde que tenha o aval dos “superiores” cérebros do norte.

Um dos exemplos mais caricatos se dá com a chegada da corte ao Brasil em 1808. Junto com objetos absolutamente inúteis ao clima tropical como casacos de pele e esquis para a neve, as senhoras da corte trouxeram lencinhos na cabeça para disfarçar a careca provocada por uma infestação de piolhos. O mais hilário é que as damas do Rio de Janeiro passaram a utilizar lencinhos na cabeça, imitando as portuguesas recém chegadas, sem saber que na Europa era coisa de pessoas piolhentas!

Na economia não é diferente. Basta um sujeito pensar diferente dos modismos do norte que já é olhado com desdém. “Onde já se viu ignorar as mais “modernas” idéias das grandes universidades americanas?” O termo pejorativo utilizado quando um economista brasileiro pensa sem pedir licença aos seres civilizados do norte é “jabuticaba”. Para nossos americanizados economistas, a deliciosa frutinha seria motivo de vergonha simplesmente por ser um produto tipicamente brasileiro.

O engraçado é que adoro essas frutinhas negras. Sou capaz de comer baldes inteiros de jabuticaba sozinho! Para mim, é uma das coisas mais deliciosas que existem!

Sou um amante das jabuticabas, tanto das frutas quanto da capacidade dos brasileiros em ter idéias novas. Por isso, este blog é uma homenagem singela a um dos maiores patrimônios nacionais: as jabuticabas!

segunda-feira, 23 de março de 2009

A Favorita

Nunca me agradaram idéias que enxergam o povo brasileiro como uma gente bonachona, incapaz de pensar sobre a própria vida e que votam como quem escolhe os amigos para uma tarde no boteco regada a bebidas. Nesta perspectiva, o cidadão brasileiro estaria disposto a arriscar o seu futuro e a vida de sua família ao primeiro candidato sorridente que atravesse seu caminho fazendo promessas.

No entanto, infelizmente o dia-a-dia dos brasileiros não é um mundinho de chocolate. Por isso, as questões políticas são essenciais para a maioria das pessoas. Para as pessoas mais pobres, a política decide se haverá alguém a socorrer seus filhos no momentos mais sofridos, se poderão sonhar com um futuro ou até se poderão comer amanhã ou enterrar os mortos. A política envolve decisões muito importantes e as pessoas sabem disso, mesmo quem que não leu Virgílio em latim.

As pessoas na hora no voto analisam muito bem como está sua vida, se as coisas tem melhorado, e são muito conservadoras. Não estão dispostas a jogar em cima da tênue linha da dignidade. Por isso, uma gestão muito bem avaliada tem uma chance enorme de eleger o seu sucessor. Isso explica a carreira de muitos políticos sem o mínimo de carisma como Alckmin, Márcio Lacerda, Kassab ou mesmo José Serra.

Desta forma, é possível verificar desde já o enorme potencial eleitoral de Dilma Roussef. Os 84% de avaliação positiva de Lula a colocam numa posição amplamente favorável em relação aos demais candidatos, que terão o árduo papel de explicar ao povo do porque mudar.

Também é preciso considerar que o discurso de “bom gestor” de Serra ou Aécio será enfraquecido diante da ministra-chefe da Casa Civil. O PAC é cartão de vistas em tanto e não adianta argumentar sobre os corriqueiros atrasos dos investimentos públicos e do programa não atingido suas metas. O fato é que o PAC aumentou os investimentos públicos em cerca de 150% e o governo terá na época das eleições R$ 100 bilhões em investimentos para mostrar, isso sem falar nos ainda poderosos efeitos do Bolsa Família.

Um comentário:

  1. Seu Blogger ficou irado Betinho, Parabéns!
    Acho que vou aprender um pouco de Política com você, apesar de eu não ser bom em fazer Política.
    abraço e vai postando mais temas!

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