O mundo tem atravessado a maior crise desde a Grande Depressão dos anos 30. A magnitude das perdas do sistema financeiro é de tal ordem que é possível considerarmos que se não fosse as inovações em política monetária e fiscal essa crise seria a mais grave da história do capitalismo.
Essa crise atingiu em cheio o coração do sistema capitalista mundial, tanto os EUA como a Europa, estão cheios de ativos tóxicos e vêem a recessão e o desemprego atingir toda a economia. No bojo dessa enorme crise, símbolos dos capitalismo como Citibank e General Motors só permanecem funcionando devido aos respiradores da UTI do governo americano.
Diante das dimensões da crise, o Brasil foi inevitavelmente atingido. Assim, cabe a pergunta: a reação do governo brasileiro tem sido adequada?
Penso eu que sim. Pela primeira vez nos últimos 30 anos, o governo tem atuado para reduzir os efeitos da crise sobre a população. Redução de impostos e aumento nos gastos públicos tem dominado a resposta do governo Lula a crise.
A escolha das desonerações tem sido bem elaborada, pois foram escolhidos setores com uma longa cadeia produtiva como o setor automobilístico (que inclui desde siderúrgicas, autopeças a fabricantes de vidros), agentes com elevada propensão a consumir, como a classe média-baixa com a desoneração do imposto de renda, e setores intensivos em mão-de-obra como a construção civil. São políticas com elevada capacidade de geração de emprego e renda, e atuam na direção de mitigar parte dos efeitos da crise.
Quem conhece o serviço público sabe que é impossível a equipe econômica conseguir reduzir despesas de custeio e aumentar os gastos com investimentos ao mesmo tempo. Primeiro que nos contingenciamentos do Tesouro Nacional quem é contingenciado é o órgão e não as suas despesas específicas. Não faria nem sentido, o Tesouro Nacional em Brasília decidir sobre as despesas de um hospital em Manaus que devem ou não ser cortados. Ou seja, quem escolhe o que cortar são os órgãos e não a equipe econômica. Em segundo lugar, o investimento requer um longo planejamento e complicados procedimentos como licenciamentos, licitações e estudos. Desta forma, não é possível aumentá-los significativamente em momentos de crise.
Por isso, creio que as escolhas do governo no que se refere a política fiscal tem sido consistentes e racionais.
O ponto negativo fica por conta da atuação do Banco Central. Enquanto o Brasil vivia a maior crise dos últimos anos, com mais de 600 mil demissões no setor formal em dezembro e uma forte retração no PIB, o senhor Henrique Meirelles ignorava a recessão e mantinha seu mantra sobre a inflação.
Além disso, podemos considerar a reação do governo ainda tímida. Uma atitude mais enérgica poderia garantir um crescimento de 3% do PIB ainda nesse ano. Mas para isso seria preciso a coragem de reduzir ou mesmo zerar o superávit primário, aumentando os gastos com aposentadorias, saúde através do reajuste da tabela do SUS e mais desonerações para construção civil e pessoas de renda baixas e médias. Com isso, reativaríamos a confiança do consumidor e a venda das empresas.
Economias e Jabuticabas
Um país com mais de 300 anos sob o domínio colonial herda muitas marcas. Creio que no Brasil uma das principais heranças seja o colonialismo intelectual. Todo brasileiro é capaz de levar a sério idéias completamente idiotas ou inapropriadas ao tema, desde que tenha o aval dos “superiores” cérebros do norte.
Um dos exemplos mais caricatos se dá com a chegada da corte ao Brasil em 1808. Junto com objetos absolutamente inúteis ao clima tropical como casacos de pele e esquis para a neve, as senhoras da corte trouxeram lencinhos na cabeça para disfarçar a careca provocada por uma infestação de piolhos. O mais hilário é que as damas do Rio de Janeiro passaram a utilizar lencinhos na cabeça, imitando as portuguesas recém chegadas, sem saber que na Europa era coisa de pessoas piolhentas!
Na economia não é diferente. Basta um sujeito pensar diferente dos modismos do norte que já é olhado com desdém. “Onde já se viu ignorar as mais “modernas” idéias das grandes universidades americanas?” O termo pejorativo utilizado quando um economista brasileiro pensa sem pedir licença aos seres civilizados do norte é “jabuticaba”. Para nossos americanizados economistas, a deliciosa frutinha seria motivo de vergonha simplesmente por ser um produto tipicamente brasileiro.
O engraçado é que adoro essas frutinhas negras. Sou capaz de comer baldes inteiros de jabuticaba sozinho! Para mim, é uma das coisas mais deliciosas que existem!
Sou um amante das jabuticabas, tanto das frutas quanto da capacidade dos brasileiros em ter idéias novas. Por isso, este blog é uma homenagem singela a um dos maiores patrimônios nacionais: as jabuticabas!
Um dos exemplos mais caricatos se dá com a chegada da corte ao Brasil em 1808. Junto com objetos absolutamente inúteis ao clima tropical como casacos de pele e esquis para a neve, as senhoras da corte trouxeram lencinhos na cabeça para disfarçar a careca provocada por uma infestação de piolhos. O mais hilário é que as damas do Rio de Janeiro passaram a utilizar lencinhos na cabeça, imitando as portuguesas recém chegadas, sem saber que na Europa era coisa de pessoas piolhentas!
Na economia não é diferente. Basta um sujeito pensar diferente dos modismos do norte que já é olhado com desdém. “Onde já se viu ignorar as mais “modernas” idéias das grandes universidades americanas?” O termo pejorativo utilizado quando um economista brasileiro pensa sem pedir licença aos seres civilizados do norte é “jabuticaba”. Para nossos americanizados economistas, a deliciosa frutinha seria motivo de vergonha simplesmente por ser um produto tipicamente brasileiro.
O engraçado é que adoro essas frutinhas negras. Sou capaz de comer baldes inteiros de jabuticaba sozinho! Para mim, é uma das coisas mais deliciosas que existem!
Sou um amante das jabuticabas, tanto das frutas quanto da capacidade dos brasileiros em ter idéias novas. Por isso, este blog é uma homenagem singela a um dos maiores patrimônios nacionais: as jabuticabas!
quinta-feira, 26 de março de 2009
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